quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

BLAVATSKY PARA EMAGRECER

É positivo que a obesidade seja vista como um problema público de saúde, pois ela é consequência direta do estilo de vida adotado por esta civilização, caracterizada pelo excesso, tanto na produção quanto no consumo. Não há registro de obesidade entre as primeiras civilizações, e nem até o século XIX, salvo raríssimos casos.

O consumo de calorias por ser humano quadruplicou nas três últimas décadas. Some-se isso ao sedentarismo. E poupe seus esforços ao subir as escadas ou mudar o canal de TV, pois a senhora tecnologia já moveu mundos e fundos para garantir o tão desejado conforto aos seres humanos.

A cura para a obesidade passa por uma revisão radical nos valores que sustentam a atual civilização. Para fechar a boca, é preciso ter controle sobre os desejos. E vivemos uma sociedade movida pelas propagandas e linguagens publicitárias, cujo maior objetivo é: despertar o desejo e criar novas necessidades.

E se algum comercial apelar ao pornográfico para vender, não adianta criticar, pois isso é chamado pelos publicitários de "liberdade de expressão". Basta observar qualquer anúncio de comida ou bebida: mulheres lindas e seminuas seguram o palito de picolé ou pegam na garrafa de cerveja. Quanta dieta as magrelas fazem para anunciar alimentos engordantes!

Essa contradição é visível quando refletimos sobre o assunto com franqueza e seriedade. Mas, para quem está diante da telinha, assistir a uma mulher magra chupando sorvete nos leva a crer que gordura gelada emagrece. Afinal, é o que a imagem diz! E se processarmos a imagem sem um esforço de reflexão, tendemos a acreditar nisso. Alguém duvida dos mecanismos subliminares de manipulação da publicidade?
Será que uma criança, por exemplo, ao ver uma bela propaganda de comida gordurosa na TV, fará o esforço reflexivo de refutar o que a imagem diz? E será que os nossos desejos de sorvete ou de pizza são tão diferentes assim dos desejos infantis?

Pois a mística universal de Madame Blavatsky oferece indícios para curar esse mal. Sim, não é mais uma pílula. Sim, também não é mais uma dieta baseada no tipo sanguíneo nem nas cores dos alimentos. É simples, muito mais simples do que isso: é uma tomada de consciência. E sem mais delongas, vamos ao texto:

"Coma apenas quando tiver fome e beba apenas quando tiver sede, nunca de outro modo. Se algum prato especial lhe é caro ao paladar, não se permita comê-lo simplesmente para satisfazer essa vontade. Lembre-se de que o prazer que você sente ao comê-lo não existia segundos antes e deixará de existir segundos depois, pois se trata de um prazer passageiro, aquilo que agora proporciona prazer poderá mais tarde provocar dor se experimentado sem nenhuma medida. Lembre-se das sérias perturbações que lhe poderão advir se comer tal prato, e que se você não conseguir resistir à tentação que ele significa, não mais sentirá qualquer escrúpulo diante de outros alimentos que lhe fazem mal; que existe um outro objeto que lhe pode trazer felicidade eterna e que, assim, convergir os seus impulsos para uma coisa passageira consiste numa loucura total; de que você não se reduz nem ao corpo nem aos sentidos, de modo que os prazeres e dores que estes experimentam jamais poderão atingi-lo na verdade, e assim por diante. Repita a mesma série de raciocínios no caso de qualquer outra tentação, e muito embora você possa fracassar várias vezes, ainda assim o êxito será certo".


O texto, retirado do livro "Ocultismo Prático", o único manual escrito por Blavatsky, será visto pelos céticos como uma auto-ajuda barata. Pois é isso mesmo. Uma auto-ajuda, afinal é maravilhoso podermos ajudar a nós mesmos (é o melhor que podemos fazer, acredito). E por ser barato - ou vulgar, comum - melhor ainda. Blavatsky é fundadora do pensamento teosófico e autora da célebre obra "A Doutrina Secreta", um calhamaço de seis volumes em que apresenta uma hermenêutica holística dos mais variados símbolos das religiões humanas.

Para além das críticas fáceis, o objetivo do texto acima é colocar o ser diante do tribunal da própria consciência. E se existe a consciência dos vícios e dos erros, cabe agora ao corpo vibrar a vontade do espírito. E para isso: coragem, rigor e determinação. Sal e pimenta a gosto.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

CARTA ABERTA À PREFEITA DE SÃO GABRIEL DA PALHA

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PREFEITA DE SÃO GABRIEL DA PALHA
RAQUEL LESSA

Prezada,

Parabéns!

A reeleição foi a prova cabal de que o povo de São Gabriel da Palha deposita a sua fé em Vossa Senhoria na condução de um destino comum. Nos últimos anos, Raquel Lessa tornou-se símbolo de uma mulher guerreira e moderna. Nem é preciso números ou estatísticas. Basta andar pelas ruas da cidade para constatar que o tão sonhado progresso enfim chegou ao município - e por vossas mãos.

Apesar de não morar mais aqui, por conta de estudos e trabalhos, divido contigo o orgulho de pertencer a uma mesma terra e o desejo ardoroso por um lugar justo e humanitário para os gabrielenses.

E por acreditar que Vossa Excelência é profundamente sensível às demandas sociais, além de ser uma mulher inteligente e perspicaz, lhe dirijo estas palavras, em tom de apelo. Um apelo não somente para a prefeita, mas também para a o ser humano que está além do cargo:

Plante árvores!

Com a chegada do progresso, os quintais passaram a ser cimentados. Pelo interior, só há monocultura e pasto. A população, embebida pelo progresso, saiu a derrubar árvores e a construir prédios. Se cada gabrielense plantasse uma árvore, já seria quase o suficiente. Quase.

Plante árvores! E seja reconhecida nacionalmente como a prefeita das árvores, como a mulher que mais plantou árvores na história do Espírito Santo. Encampe esta campanha! As crianças serão as suas aliadas.

Os agricultores necessitam urgentemente compreender que eles precisam plantar árvores nas nascentes e encostas.

Plante árvores! E árvores frutíferas também!

As poucas matas existentes podem e devem ser interligadas por corredores ecológicos, aumentando a área verde do município.

Árvore não pode servir só como ornamento de jardim. O plantio, ou reflorestamento, é vital para o planeta e pode ser a ponte para a construção de uma política ambiental de fato. Eis um assunto que deve estar na ordem do dia: uma política ambiental, de fato, para o município.

Afinal, a história do último século testemunhou as terríveis consequências de um progresso desenfreado, desorganizado e insustentável ecologicamente.

As grandes cidades sofrem hoje por erros cometidos no passado, e um dos principais equívocos é o desmatamento acelerado - exatamente o que ocorreu nesta região nos últimos 50 anos.

Portanto, é preciso mudar o rumo da história. E cada um de nós, gabrielenses, devemos estar cientes de tamanha responsabilidade, se não quisermos pagar o alto preço de nossa prepotência e ignorância, achando que somos superiores às leis da natureza.

Plante árvores!

Elas serão semente na consciência do povo.

Plante árvores!

E semeie uma nova história!