sábado, 15 de agosto de 2009

Poesia, sim


Poesia, sim

Procura, sim

entre ilhas de sentimentos,

coágulos de passado,

memória, feridas, memória,

aonde este rio nasce?

em que terra entranhou-se

estranhando a minha face?

eu, justo eu, o seu ninho,

o único abrigo

a frágil nau no vasto oceano.



Poesia, sim

Procura, sim

Eis aqui o barro que um dia sonhou ser gente.

A nascente escondida na mata,

em que buraco estará enfiada?

Pois nem que eu assassine todas as metáforas

irei banhar-me nu nesta fonte

a água que está além da palavra

e a estes versos me conduz.

Como um Cristo

- terrivelmente feliz

na cruz.

Um comentário:

Andréia Delmaschio disse...

Muito bonito na sua simplicidade de nascente na mata.