Poesia, sim
Procura, sim
entre ilhas de sentimentos,
coágulos de passado,
memória, feridas, memória,
aonde este rio nasce?
em que terra entranhou-se
estranhando a minha face?
eu, justo eu, o seu ninho,
o único abrigo
a frágil nau no vasto oceano.
Poesia, sim
Procura, sim
Eis aqui o barro que um dia sonhou ser gente.
A nascente escondida na mata,
em que buraco estará enfiada?
Pois nem que eu assassine todas as metáforas
irei banhar-me nu nesta fonte
a água que está além da palavra
e a estes versos me conduz.
Como um Cristo
- terrivelmente feliz
na cruz.
Um comentário:
Muito bonito na sua simplicidade de nascente na mata.
Postar um comentário