sábado, 6 de fevereiro de 2010

Desnudo Deus

Excita-me o verbo, ó Deus de todos os nomes!
Sujeita-me a ser Jesus? Sujemos a cruz
apregoada nos martelos da mentira,
levantemos a cabeça do cristo baixo.

Assassinemos o deus morto, cultuado
nos rituais opacos de uma fé mesquinha.
Desapareçam tais igrejas de concreto:
meu corpo é vértebra de carne, osso e sangue,

onde o sopro é vivo, o esconderijo do Altíssimo.
Deus de todos os sem nomes, arriba, avante!
Venha a nós a tua terra, meu corpo é o reino,

banhado em miséria de tantos excrementos.
És Jeová, Maomé, Shiva, Buda ou Exu?
Dispa-se de todos os nomes, ó Deus nu.