Waldo Motta me ensinou: a luz é um buraco.
De fato, deixemos um pouco de lado as filosofias e etimologias, e basta que olhemos para uma estrela no céu, a fim de descobrir o buraco de luz em meio à vastidão escura da noite.
Daí, gramando nos rudimentos da física, não se demora muito a constatar a obsessão humana pela luz, desde a antiguidade.
A luz é feita de partículas ou de ondas? Nem uma coisa nem outra, os elétrons se comportam ora como partícula, ora como onda... Ora, ora... o mundo da física, da ciência dura... e... o mundo da religião, do imaginário. Em ambos, navegam um mesmo anseio, o de alcançar o cume, dizer o nume, compreender e conectar-se à luz.
Nossos elétrons de nossos átomos de nossas células parecem ser, em última análise, vibrações luminosas.
Todos o que existimos na terra almejamos a luz, mas... a luz é um buraco, depende da escuridão para existir.
Quando o hemisfério Norte, em páscoas e ressurreições, se aquece para o verão, nós, da linha de baixo do Equador, caminhamos outonalmente para a escuridão do inverno, isto é, para o silêncio, a introspecção, a escuridão, o dentro de nós, o buraco que precisamos mergulhar, para alcançar a luz.
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