sexta-feira, 14 de abril de 2023

Currículo

Fernando Gasparini é o nome dado a uma imagem física que ilumina a tela da existência neste momento. Quem ele é, realmente, de onde veio, e para onde vai, jamais saberemos ao certo, considerando a ineficácia da linguagem humana em descrever o incognoscível do ser / estar das aparências terrestres.

Para efeitos biográficos, tão caros àqueles que se ocupam das densidades materiais, o nome Fernando Gasparini refere-se a um ser que brotou nessa experiência na data gregoriana de 19 de outubro de 1979, num lugar batizado de São Gabriel da Palha, situado ao Norte do Espírito Santo.

Como a maioria das pessoas, sua vida transcorre entre as monotonias do cotidiano, as angústias do passado e as ansiedades do futuro. Num misto de sentimentos conflituosos e paradoxais, Fernando saiu de casa cedo, mudando-se para Vitória, onde desejava respirar novos ares junto ao mar.

Atraído pelo turismo sexual da capital carioca, aproveitou o pretexto de um mestrado em comunicação para, enfim, investir suas noites na extinta boate Le Boy, em Copacabana, e em outras saunas.

Na medida em que se deu conta das drásticas consequências de uma vida sexual reprimida na infância e esgarçada aos píncaros da libertinagem na juventude, Fernando girou num movimento dialético, aos poucos, conduzindo-se às loucas aventuras da meditação.

Para pagar as contas, Fernando obteve uma bolsa de doutorado em educação e abriu uma produtora cultural, da qual retira seu sustento, a fim de estar materialmente vivo, aqui, hoje. Empreende projetos culturais nas áreas de música, literatura e circo. Também mantém um blog desatualizado.

Ultimamente, Fernando passa os dias se perguntando: quem sou eu? Quando acalma a mente, costuma fazer umas respirações profundas, repetindo alguns mantras, na esperança de transcender a si mesmo e unir-se ao inominável.

Entre uma inspiração e outra, faz poemas. Os versos vêm brotando cada vez mais das experiências meditativas.

Assim como você, eu e todos nós, Fernando é um ser de luz, um ser de amor, um ser de paz. Vagarosamente (pra que a pressa?), vai limpando-se de tudo aquilo que ele não é, jornalista, produtor cultural, escritor, pesquisador e outras designações inúteis, para, enfim, no fundo do poço, resgatar sua alma latejante e que brilha em seus olhos, quando traz à tona o um que somos nós.

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