terça-feira, 3 de março de 2009

AINDA SOBRE A OBESIDADE

O aparelho digestivo do ser humano é capaz de processar apenas uma determinada quantidade de alimentos ao longo da vida, isto é, conseguimos nos manter vivos até o momento em que alcançamos essa cota. Por isso, o ideal é comer pouco a cada refeição - o equivalmente a três quartos do tamanho do estômago - de forma a promover a saúde e a longevidade.

A recomendação é do deus Shiva, inventor do Yoga, a quem, inclusive, se deve dedicar a quarta parte vazia do estômago. Cerca de 6.000 anos depois, a ciência "moderna" comprova a assertiva do deva hindu e, ao seu modo (com números e estatísticas), reconstrói a narrativa milenar.



Shiva, deus hindu inventor do Yoga

Pesquisa da Universidade de Münster, na Alemanha, constatou que comer pouco melhora o funcionamento do cérebro e aumenta em até 20% o desempenho da memória. O assunto foi capa da revista Isto É.

E nesta mesma semana a obesidade foi capa de outro importante periódico semanal, a Época, cuja chamada é: "Por que estamos ficando mais gordos - e o que fazer para emagrecer". Quem comprou a revista em busca de uma resposta, se decepcionou. O menos desinteressante são as 13 dicas para emagrecer, nada que já não estivesse no sítio http://www.exgordo.com.br/, uma das fontes consultadas para a reportagem.

Nenhuma das publicações impressas teve a coragem de expor umas das principais causas da obesidade nos tempos de hoje: o excesso e o apelo publicitários em torno de alimentos prejudiciais à saúde - assunto tratado neste Blog na semana passada.

A mentira propagada pelos anúncios do McDonald's, Coca-Cola e congêneres não desce mais na garganta de vários especialistas em saúde e também de pessoas minimamente esclarecidas. Mais cedo ou mais tarde, tais estratégias enganosas da publicidade terão, necessariamente, de ser revistas.

Afinal, qualquer esforço no sentido de promover uma reeducação alimentar para a sociedade (e não para cada indivíduo em particular, pois a má alimentação é um problema social e não somente individual), tem como obstáculo as apetitosas propagandas de hamburgueres e refrigerantes.

A Coca-Cola e o McDonald's são ótimos exemplos da expansão comercial globalitária e tornaram-se modelos de sucesso nos campos da publicidade, gestão e marketing. No espectro midiático, portanto, a nossa sociedade tem como principais símbolos de alimentação verdadeiros venenos para o organismo humano.

Eis os ícones desta civilização "moderna", cujo ápice da modernidade é a sua própria autodestruição, conforme assistimos cotidianamente.

Um comentário:

Adm. Fernando Hartmann disse...

Caríssimo Fernando!

Parabéns pelo artigo e pala foto de Shiva!

Com admiração,

Fernando Hartmann