sábado, 2 de outubro de 2010

Tributo a Música Vocal na Lapa




Nem só de samba e choro vive a Lapa. Os frequentadores do reduto boêmio do Rio de Janeiro serão surpreendidos ao longo de outubro por um Festival de Grupos Vocais. O objetivo é chamar a atenção para o que há de mais inovador nas múltiplas maneiras de se fazer música tendo a voz como principal, e muitas vezes único, instrumento. Os encontros serão às terças-feiras, a partir das 21h, no Lapinha, Av. Mem de Sá, 82, a mais recente casa de show inaugurada na Lapa. Ingressos a R$ 12.

A primeira atração, na próxima terça-feira, 05/10, será o grupo de música cômica Os Men The Sá. Formado por oito vozes masculinas, o “bando musical”, como se autodenominam, apresenta esquetes humorísticos e plágios de sucessos como “I Want to Break Free”, do Queen, além de interpretações nada convencionais de temas folclóricos argentinos (“Canción de mi Pueblo”) e italianos (“San Ictícola”).

Já no dia 12/10 será a vez do sexteto à capela Bebossa entoar os clássicos da bossa nova, numa homenagem ao compositor Roberto Menescal. Considerado o melhor grupo vocal de 2009 pela Rádio Cultura Brasil, o Bebossa cantará ainda sucessos de Edu Lobo (“Zanzibar”) e Gilberto Gil (“Refazenda”), entre outros.

Unindo voz e percussão, o grupo Os Ordinários sobe ao palco no dia 19/10. Reconhecido pela versatilidade e qualidade dos arranjos, o sexteto interpreta canções que vão desde o rock dos Beatles até o choro de Ernesto Nazareth. E no dia 26/10 será feita uma homenagem aos Doces Bárbaros pelo grupo 4 Cantus.

Diversidade

De acordo com o curador do Festival, Marcelo Caldi, os artistas foram escolhidos em função dos variados tipos de sonoridade que eles oferecem, tanto no repertório quanto na formação. “Temos grupos à capela que imitam o som de vários instrumentos, como contrabaixo, bateria, guitarra, trombone... A impressão é que há uma banda tocando, quando, na realidade, só existem vozes”, comenta o músico, que fará participação especial em pelo menos três das quatro apresentações.

Marcelo explica que a música coral tem uma de suas raízes nos cânticos religiosos europeus. Embora não exista uma forte tradição no Brasil, o curador destaca a presença de grupos que marcaram gerações nas últimas décadas como o Bando da Lua, Os Cariocas, MPB4, Quarteto em Cy e Boca Livre.

“Valorizar os corais em nosso país significa intensificar a educação nas escolas. A voz é a mola mestra para a aprendizagem musical. E lembremos que a música está intimamente ligada ao desenvolvimento da sensibilidade da criança, além de coordenação, concentração, destreza, precisão”, afirma. “E quem canta seus males espanta”, reitera.

O artista fez parte do legendário grupo Garganta Profunda durante sete anos e atualmente compõe o BR6, considerado uma das melhores formações de jazz à capela do mundo, conforme o Contemporary A Cappella Recording Award, uma espécie de Grammy da música vocal. Desde que assumiu a curadoria do Lapinha, há cinco meses, Marcelo consegue lotar a casa com a mostra de compositores e grupos da nova geração, que dificilmente encontram espaço em lugares tradicionais da Lapa. “É a prova de que precisamos investir cada vez mais em nossa qualidade musical, pois temos público para isso”, afirma.

Serviço:
Festival de Grupos Vocais
Às terças-feiras, de 05 a 26/10, às 21h
Lapinha – Av. Mem de Sá, 82, Lapa
Ingressos a R$ 12
(21) 2507-3435
http://lapinha-rio.com.br/site

Um comentário:

Anônimo disse...

Vou aparecer por lá!!! Um lugar ótimo e o preço acessível! Bom post! Abraços.