segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

TUDO É MÃE

No dia em que você fechou os olhos,
eu te vi... dissolvendo na paisagem,
adentrando as moléculas das folhas,
do som, do ar, da luz... da minha face.

Tudo, então, transformou-se em poesia,
em densa atmosfera de mistério...
contaminou o chão e os azulejos,
as falas dos humanos e os seus gestos.

Na poeira das fotos e memórias,
por detrás de um rosto que se finda,
vislumbrei o teu manto a me cobrir,
mãe de todas as mães, ó, Mãe Divina!,

me ensinando a ser o que eu já sou...
navegante, translúcido, universo,
uma onda de amor no vasto oceano
a fundir nossa alma em sonho e feto!

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