Não pode a boca ser a mesma coisa que um ânus, nem a ponta da flecha ser como as suas rêmiges, nem o início ser como o fim, pensava consigo... Tanto estudo acumulado não lhe trouxera a experiência necessária para navegar uma canoa tão simples, de simetria perfeita, a única ancorada no cais abandonado da ilha onde, misteriosamente, ele acordou.
Quantos anos perdidos em contas e números e equações... Não havia tempo para choro. Ou pegava aquela canoa e remava até o longínquo, ou se perderia para sempre ali, ilhado, diante do dilema.
Rodeado de verde em ambas as margens, o rio parecia calmo, mas não se sabe o que viria depois da curva.
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