segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

UM MERGULHO NA PEDRA

Era um suave banho de rio, numa dourada manhã de sábado... ou domingo.

Lá estava eu, provando o raro de um banho de rio, quando anunciaram, em repentino: “vem aí a tromba d’água!”

Uma onda de lamas e galhos e troncos e rochas veio brotando da correnteza em nossa direção, escrachando um terrível ponto final àquela ternura. Virou o inferno.

Uma pedra enorme e quadrada veio vindo também... os meninos correram para a margem, enquanto eu, paralisado, no centro do rio, assistia ao gigante aproximar-se de meu flácido corpinho.

Era a pedra e eu.

Eram as perdas e os restos, arrancados na tormenta que me consumia. Sem poder ir pra direita nem pra esquerda, restou-me ficar no meio... e mergulhar de cabeça no imenso monolito.

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