domingo, 2 de fevereiro de 2020

As amizades morrem

Eu tinha uns doze anos quando um amigo me presenteou com uma folha A4 impressa em computador (um tanto quanto raro na época), onde se lia: “A amizade é como uma planta. Se não regá-la, morre”. 


De fato. Regar uma planta não é uma tarefa difícil, nem vai tomar tanto seu tempo, mas requer compromisso; uma disciplina em cuidar. Não precisa nem ser todo dia, e, dependendo da espécie de amigos, pode-se até mesmo passar longos períodos sem água. É preciso, contudo, estar atento, observar. 

Hoje, mais de trinta anos depois, não sei mais por onde anda o Guil, que me deu essa singela lembrança. Afinal, mudam as estações, caem as folhas, chegam as intempéries... a maioria das amizades, por motivo ou outro, circunstancial ou não, acaba. Essa árvore de duas pessoas exige ainda terra fértil, poda, sol... diálogo e silêncio. 

Mas, como nos ensina a mãe-natureza, morrer também pode ser bom. As folhas e galhos secos são alimento da terra, gerando novas amizades, e fortalecendo as mais frondosas, criadas à beira do rio. 

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