Eu tinha uns doze anos quando um amigo me presenteou com uma folha A4 impressa em computador (um tanto quanto raro na época), onde se lia: “A amizade é como uma planta. Se não regá-la, morre”.
De fato. Regar uma planta não é uma tarefa difícil, nem vai tomar tanto seu tempo, mas requer compromisso; uma disciplina em cuidar. Não precisa nem ser todo dia, e, dependendo da espécie de amigos, pode-se até mesmo passar longos períodos sem água. É preciso, contudo, estar atento, observar.
Hoje, mais de trinta anos depois, não sei mais por onde anda o Guil, que me deu essa singela lembrança. Afinal, mudam as estações, caem as folhas, chegam as intempéries... a maioria das amizades, por motivo ou outro, circunstancial ou não, acaba. Essa árvore de duas pessoas exige ainda terra fértil, poda, sol... diálogo e silêncio.
Mas, como nos ensina a mãe-natureza, morrer também pode ser bom. As folhas e galhos secos são alimento da terra, gerando novas amizades, e fortalecendo as mais frondosas, criadas à beira do rio.
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