Autor do best-seller “Colheita do paraíso”, seu primeiro e único livro, Fernando conseguiu ganhar algum dinheiro, um relativo prestígio e ainda um programa de rádio, onde declamava poemas de autores vivos. Seguia investindo na carreira até que, de uma madrugada para outra... deixou de atender telefone e responder e-mails, sumiu de casa, não deixou sinal. O corpo não encontraram, nem nos institutos médicos, nem nos arredores, nem em lugar nenhum.
Quase vinte anos após o acontecimento, os pais de Fernando já não davam mais entrevistas e pareciam viver como se nada tivesse ocorrido, gozando de boa saúde e mantendo uma rotina de viagens, excursões, eventos de terceira idade. Após o sumiço do filho, a mãe de Fernando passou a... contar piadas. Ninguém jamais poderia acreditar, nem mesmo compreender. De onde ela conhecia tantas piadas?
Não raro, seus vizinhos a flagram dando enormes gargalhadas na madrugada.
Já o pai falava muito e, de uns tempos pra cá, tornou-se calado, e mais companheiro da esposa. Deixaram de brigar. E os dois irmãos saldaram as dívidas, terminaram a reforma da casa.
A tristeza dos familiares diante do sumiço talvez não tenha aparentado uma semana, e os moradores da pequena cidade de Miguel da Palhoça ficaram confusos. Esforçavam-se para esquecer. Do mesmo modo, os poucos amigos deixados por Fernando despreferiam falar do assunto.
Enfim, Fernando F. tornou-se um ilustre desconhecido. No entanto, rumores de que ainda estaria vivo e de sua constante mediunização em centros espíritas os mais diversos chamaram a atenção deste biógrafo.
Por razões incontáveis, mas facilmente percebíveis, algumas fontes dessa história não podem ser reveladas... Quem descobre o segredo, não entrega o ouro de bandeja. Quem duvida? Se a Deus agrada a aventura de criar, aos homens também...
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