Das mais nobres às mais humildes, as árvores aos milhares foram arrancadas da terra originária, em menos de quarenta anos, dando lugar à pastagem ressecada do gado.
Não há mais cachoeiras nem onças no bairro Cachoeira da Onça. O felino não encontrará mais abrigo na comunidade da Toca da Onça.
As nascentes findam, os animais nativos morrem. Quase não chove, desde a última enchente de 2013. O calor é próximo ao insuportável e as previsões no curto prazo são de seca e de perda de lavouras.
Enquanto isso, miguelenses celebram o natal comendo carne carbonizada e bebendo cerveja gelada e reclamando da crise. Muitos oram para um deus longínquo, e parecem esquecer que a mudança, se vier, só pode estar ao alcance das próprias mãos.
Repete-se em uníssono na igreja: “rogai por nós, pecadores”.
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